A Mesa do Evangelho da Graça.

Por Joel Marc

Por esses dias, refletindo sobre os caminhos vaidosos que a fé Cristã vem seguindo, fui tomado por uma urgência! Precisamos retornar à simplicidade da Teologia da Mesa, da valorização do partir do pão (Atos 2.46,47), da consciência de que Deus se faz presente na partilha comunitária, consciência de que o Evangelho do Reino é um convite para sentar se à mesa do grande Banquete de Deus.

Venham todos: pobres, viúvas, estrangeiros e órfãos... é o grito de Boas Novas: a mesa está posta a todos, sem distinção! (Lucas 14.15-24).

Que não haja em nós o mesmo espanto que houve nos falsos religiosos do primeiro século quando, olhando ao seu lado, viram sentados “publicanos e pecadores” (Mateus 9.10,11), afinal a mesa é também lugar de cura. O médico dos médicos resolveu curar as relações interrompidas pelo pecado, trazendo reconciliação entre pai e filho, filho e pai.

Na mesa do perdão com Jesus o “Eu te amo” que há tanto tempo não ecoava no peito... faz-se novamente ouvir.

Como lembra Fagner Santos em seu marcante livro, “Teologia da Mesa”:

“Que nós possamos aprender com Jesus a não recusar assentar-nos à mesa com aqueles que nos desejam mal; antes sejamos claros e honestos em constrangê-los em amor, expondo o evangelho em nosso testemunho de vida, pois para os que estão no evangelho, mesa é lugar de comunhão e de vida, não de separação e morte. ”

Comendo juntos revelamos uma manifestação clara de novas relações pacíficas, baseadas no aprofundamento do diálogo, num momento esplendoroso de perdão e cura. A mesa do Evangelho da Graça enche nossos corações de koinonia – comunhão –, própria do reino de Deus, caracterizada pela “Unidade e Diversidade”. Ela possibilita a participação de diversas pessoas com diferentes particularidades na mesma refeição (Gl 3.28), em uma prática de comunhão aberta ao perdão, hospitalidade e amizade.

A mesa de Jesus é acolhimento, não exclusão!

Nessa Mesa, cada vez que partimos o pão e comemos lado a lado, irmãos e irmãs, provamos um vislumbre - aqui e agora - do que será o Grande Banquete na eternidade.

Bem-aventurados os que têm fome e sede: de Perdão, Amor e Cura. Devido à má compreensão de religiosos que pensavam possuir a genuína fome e sede de “justiça”, os humildes de espírito, há tanto tempo, foram deixados sentados na mesa da Rejeição, mas a Mesa da Graça está novamente chamando:

- Vem cear!