Deus ou d[eu]s

Por Joel Marc

Créditos da imagem: Raheel Shakeel por Pixabay

O Conhecimento teológico é um conhecimento sobre Deus, mas é um conhecimento humano sobre Deus - e por isso limitado - muito influenciado pelo local (chão da vida em que se dá o saber teológico), tempo e lente pelos quais buscamos conhecer a Deus. Precisamos reconhecer que toda interpretação exige um mínimo de envolvimento hermenêutico com o texto, às vezes essa escolha hermenêutica é consciente, às vezes não, mas em todos os casos sempre há uma escolha da linha pelo qual decidimos crer.

As possibilidades de epistemologia teológica na contemporaneidade são de fato inúmeras, podemos citar: Teologia do evangelho social, a teologia da política, a teologia da esperança, teologias contextuais entre elas a Latino-Americana e etc. É importante pensar essa multiplicidade de faces - dentre tantas outras existentes-, pois na ausência de diálogo com outras formas de crer, tendemos a achar que a nossa lente é a única possível para enxergar o Sagrado e assim encaixotamos d”eu”s em nossas caixas religiosas e visões míopes.

Parafraseando o pensamento de C. S. Lewis, “Não quero a minha visão de Deus, quero Deus!" Essa reflexão ajuda a pensar o quão importante é saber como o [meu saber] sobre Deus foi construído, porque na ausência de reflexão existe uma grande possibilidade de não adorarmos a Deus, mas de adorarmos as representações que construímos dEle, muitas vezes até para fins pessoais e egocêntricos.

Que Ele seja pra você mais que sua visão consiga alcançar. O “VERBO” não pode ser encaixotado em nossas “arcas modernas” nem em nossas lentes limitadas, o “EU SOU” é indomável e imprevisível. Ele é o que é.