Novo céu e uma nova terra
Por Sabrina Lins
De manhã
quando acordei vi o tempo parado,
a fim do mundo anunciado,
a suspensão do relógio, a marcação cerrada;
a alma imersa em angústia
e lágrima.
No meio do dia
imóvel como pedra em ilha deserta,
estava eu ― alheia ―
fugitiva e pecadora confessa,
consciente do destino que a mim cabe,
antes da graça derramada.
A tarde
a misericórdia cantou três vezes,
insistente e piedosa tirou minhas arestas
e pude ver num cantinho escondido:
novo céu e uma nova terra.
Graduanda em Letras Português-Espanhol Licenciatura na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Faz parte do grupo de pesquisa e estudos semióticos GREIMAS-EFLCH, no qual desenvolve projeto de pesquisa de iniciação científica voluntária em semiótica de linha francesa aplicada ao texto literário. Atualmente trabalha como corretora de redação no Colégio Objetivo. Suas inspirações literárias são: Adélia Prado, Gilles Deleuze, João Cabral de Melo Neto, Lygia Fagundes Telles, Orides Fontela, entre outros.