O amor se acabou
Por Marcelo Santos
“O anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou (...)”
Trecho da música: Ciranda, Cirandinha
Uma das cantigas de rodas que poderia ser entoada no atual momento de nossa sociedade seria "Ciranda, Cirandinha".
Na parábola do Bom Samaritano, Jesus Cristo ensinou que amar o próximo significa mais do que amar as pessoas de sua vizinhança homogênea e socialmente segregada.
Amar o próximo significa mais do que ser gentil com aqueles que você encontra no supermercado ou no parque. Amar o próximo significa mais do que ser respeitoso, generoso e tolerante.
Cristo ensinou que nossos vizinhos não são as pessoas mais parecidas conosco, mas as mais diferentes de nós.
Nossos vizinhos são as pessoas que nossos próprios círculos sociais rejeitaram e, para amá-los, devemos abrir espaço para eles em nossas vidas, devemos nos aproximar deles tanto mental quanto fisicamente.
No Brasil observamos que os ‘nossos vizinhos’ estão sendo oprimidos por sistemas de preconceito. Nossos vizinhos estão sendo mortos e presos em parte devido à pigmentação de sua pele, nossos vizinhos estão sendo discriminados com base em quem eles amam e como se identificam, e nossos vizinhos estão sendo separados de suas famílias sem refúgio e segurança.
Marginalizados e abusados, nossos vizinhos gritam de dor, raiva e frustração, mas muitos de nós não conseguem ver além de nossas próprias experiências para perceber o que realmente está acontecendo em nossa nação.
Como diria a cantiga de roda...
“O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou”
Nossos vizinhos estão nos ensinando como amá-los, e é hora de ouvir e responder:
Amar o próximo significa criar um mundo livre, onde cada pessoa negra tem o poder social, econômico e político para prosperar.
Amar o próximo significa que você está comprometido em acabar com o encarceramento em massa da população negra, em desafiar a injustiça racial e econômica e em proteger os direitos humanos básicos das pessoas mais vulneráveis na sociedade.
Amar o próximo significa criar um mundo de respeito, onde lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros possam viver abertamente sem discriminação e desfrutar de direitos iguais, autonomia pessoal e liberdade de expressão.
Amar o próximo significa lutar por um país livre de discriminação contra pessoas com deficiência (ou melhor... pessoas ESPECIAIS).
Amar é difícil, e se quisermos amar nosso próximo como Cristo ensinou, isso exigirá sacrifício, inconveniência e dor física e emocional para garantir que cada pessoa receba um tratamento justo e equitativo sob a lei e em nossas comunidades.
“O meu mandamento é este: Amem-se uns aos outros como eu os amei.”
(João 15:12)
Que o amor transborde, gerando VIDA e PAZ!
Mestre em Educação pela Universidade Interamericana (2019). Especialista em Teologia e Missões pela Faculdade Latino-Americana (FLAM - 2023), pós-graduando em Terapia de Casais pela Faculdade Prisma e Bacharel em Teologia pelo Centro Batista de Educação, Serviço e Pesquisa (CEBESP - 2020). Possui Extensão Universitária em Igreja e Missão, Educação Cristã e Aconselhamento pela FLAM - Faculdade Latino Americana (2021). Colunista do Chão da Vida e professor universitário na área de tecnologia e teologia em diversas universidades.