A beleza de ser um eterno aprendiz

Por Marcelo Santos

A beleza de ser um eterno aprendiz

“Viver e não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar, e cantar, e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz (...)”

Trecho da Música “O Que É, o Que É?” (Gonzaguinha)

 

Marcelo Santos

 

As igrejas evangélicas brasileiras estão cheias de pessoas que não foram convidadas a se tornarem discípulos. Ser cristão passou a significar ir à igreja e ser salvo quando morrer. O ministério da igreja é dedicado a “salvar o pecador” e resolver problemas (conjugais, dor e sofrimento), mas não é dedicado ao discipulado.

No Novo Testamento, discipulado significa ser um aprendiz de Jesus de Nazaré em nossa existência diária. Um discípulo é simplesmente alguém que decidiu estar com outra pessoa, em condições apropriadas, para aprender a fazer o que essa pessoa faz ou para se tornar o que essa pessoa é.

O que Jesus faz para que eu possa ser discipulado?

A resposta está nos Evangelhos: Ele vive no Reino de Deus e aplica esse Reino para o bem dos outros.

Esse era o ensino do Novo Testamento: “Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai” (Colossenses 3:17)

O discipulado envolve fazer tudo como se Jesus estivesse fazendo.

Como um eterno aprendiz, dizemos: “Sim, aprenderei a fazer todas as coisas que Jesus disse para fazer”. É quando nos tornamos Seus alunos.

Por meio desse processo, aprendemos coisas sobre as quais nunca pensamos. Construímos vidas que não são apenas nossas, mas de Deus também.

O discipulado se concentra no “EU” interior, que consiste em nossas ideias, crenças e emoções.
O caráter surge de nossa vida interior e governa o que pensamos e sentimos. À medida que nosso caráter é transformado, nosso comportamento também é transformado.

Nosso caráter, por exemplo, pode não ser o de amar nossos inimigos. Mas o caráter de Deus é amá-los. À medida que nossos pensamentos e sentimentos são confrontados aos de Cristo, vamos nos tornando cada vez mais parecidos com Ele.

A pessoa “que ouve estas minhas palavras e as põe em prática” (Mateus 7:24) foi primeiro mudada interiormente em seu pensamento e sentimento.

A mente e os sentimentos são transformados por meio de um processo de treinamento - que é onde as disciplinas espirituais entram.

Se quisermos ser discípulos, devemos pedir a Jesus que se revele a nós.

Por meio do Evangelho, Jesus se revela. Ao lidarmos com as pessoas, podemos imitar o que lemos - por exemplo, a impressionante qualidade da generosidade de Jesus. Ele deu tempo e atenção às pessoas, fossem elas leprosas, centuriões romanos ou crianças judias.

Ele foi absolutamente generoso dessa forma. Jesus não precisava tocar em leprosos para curá-los, mas o fez.

Reflita sobre cenas como essas dos Evangelhos por meio de um diário, meditação ou conversando com um amigo. Coloque em prática o que Deus lhe dá nestes tempos.

É assim que experimentamos a realidade do Reino de Deus, pois “a beleza de ser um eterno aprendiz” está na possibilidade do crescimento pessoal, intelectual, espiritual e social.

  • Marcelo Santos

    Mestre em Educação pela Universidade Interamericana (2019). Especialista em Teologia e Missões pela Faculdade Latino-Americana (FLAM - 2023), pós-graduando em Terapia de Casais pela Faculdade Prisma e Bacharel em Teologia pelo Centro Batista de Educação, Serviço e Pesquisa (CEBESP - 2020). Possui Extensão Universitária em Igreja e Missão, Educação Cristã e Aconselhamento pela FLAM - Faculdade Latino Americana (2021). Colunista do Chão da Vida e professor universitário na área de tecnologia e teologia em diversas universidades.