Por uma espiritualidade que toque o chão da vida.

Por Marcelo Santos

Por uma espiritualidade que toque o chão da vida

A palavra “espiritualidade” tem se tornado cada vez mais comum. O que isso significa?
Espiritualidade” não se limita a práticas espirituais como a meditação, mas sugere a busca de uma vida moldada por um senso de significado, valores e talvez, transcendência. Embora a palavra seja usada em diferentes religiões e por pessoas sem crenças religiosas, suas origens são cristãs e referiam-se a um viver sob a influência do espírito de Deus.

Hoje em dia, em um mundo conscientemente plural, a espiritualidade cristã tem um conteúdo específico, cujas origens são as escrituras judaicas e cristãs. Em particular, a espiritualidade cristã está associada a seguir os ensinamentos de Jesus Cristo ou a imitar seus valores.
A principal palavra do Novo Testamento para isso é “discipulado”, que tem dois elementos principais: primeiro, há uma chamada para a transformação pessoal (conversão); em segundo lugar, os cristãos devem continuar a missão de Jesus de transformar o mundo e construir o reino de um Deus de amor. Nesse sentido fundamental, a espiritualidade cristã está intrinsecamente preocupada com a transformação social. No Evangelho de Mateus, isso inclui a participação na obra de perdão e cura de Jesus. No Evangelho de Marcos, envolve serviço abnegado aos outros.

A história da espiritualidade cristã possui várias maneiras de abordar o discipulado. É desnecessário dizer que parte do que torna a espiritualidade cristã distinta são suas crenças subjacentes - em outras palavras, como ela entende a realidade de Deus, o valor do mundo material, a natureza humana e a identidade, e como eles se interconectam.

A igreja em Colossos lutou com novas ideias sobre a vida espiritual que estavam sendo discutidas e apresentadas para o povo, levando a uma grande confusão (fato muito semelhante ao que observamos em nosso contexto cristão no Brasil). O apóstolo Paulo escreveu a esta nova comunidade cristã abordando sobre os riscos que os cristãos estavam correndo por aderir aos ensinamentos equivocados. Lemos uma das advertências de Paulo a respeito disso em Colossenses 2:8.

Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo.

Então, como Paulo ajuda os colossenses?
Ele simplesmente apresenta... Jesus Cristo! Em vez de ensinar um novo ângulo sobre como conhecer mais a Jesus, Paulo diz a eles que, como cristãos, eles possuem a pessoa de Cristo.

Cristo é deles! O apóstolo ensina que, por meio da fé, eles desfrutam de uma unidade especial com Ele. E porque a igreja está em uma união salvadora com Jesus, eles não precisam de mais nada!

Esta deve ser a sua espiritualidade verdadeira e autêntica.

Paulo sabe que o melhor antídoto para essa confusão é dar a eles a verdade pura e crua sobre Deus. Portanto, ele garante que os colossenses sejam claros sobre seu glorioso Salvador, escrevendo-lhes uma carta que gira em torno da realeza de Jesus e do fato de que Ele é tudo de que precisam.

A leitura desse livro também pode esclarecer nossa confusão e nos ajudar a manter os nossos olhos fixos em Jesus de Nazaré.


No mundo de hoje, precisamos de uma espiritualidade aplicável a todas as áreas de nossas vidas. Isso deve ser baseado na verdade, não em modismos, experiências ou mesmo emoções.


Nada além de uma espiritualidade centrada em Jesus pode, genuinamente, trazer redenção, contentamento e integridade. Caso contrário, o problema central do pecado não será resolvido e continuaremos a tropeçar no escuro.



  • Marcelo Santos

    Mestre em Educação pela Universidade Interamericana (2019). Especialista em Teologia e Missões pela Faculdade Latino-Americana (FLAM - 2023), pós-graduando em Terapia de Casais pela Faculdade Prisma e Bacharel em Teologia pelo Centro Batista de Educação, Serviço e Pesquisa (CEBESP - 2020). Possui Extensão Universitária em Igreja e Missão, Educação Cristã e Aconselhamento pela FLAM - Faculdade Latino Americana (2021). Colunista do Chão da Vida e professor universitário na área de tecnologia e teologia em diversas universidades.